3. NAMORO
"Pergunta - Além da
simpatia geral, oriunda
da semelhança que entre eles exista, votam-se os Espíritos recíprocas afeições
particulares?
Resposta - Do mesmo modo que os homens, sendo, porém, que
mais forte é o laço que prende os Espíritos uns aos outros, quando carentes
de corpo material, porque então esse laço não
se acha exposto às vicissitudes
das paixões."
Item no. 291, de
"O Livro dos Espíritos".
A integração de duas
criaturas para a
comunhão sexual começa habitualmente
pelo período de
namoro que se traduz
por suave encantamento.
Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos
e apelos para a entrega
recíproca e daí se desenvolve o processo de atração.
O
assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear
como sendo um
"doce mistério" se
não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade. Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas
afetivas ainda no Mundo Espiritual,
criaturas que já
partilharam experiências no
campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em
delinqüência passional, noutras eras, ou almas
inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes
encontros, em todos os lugares daTerra.
Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do
raciocínio.
Acontece, porém, que diminuta é, ainda, no Planeta, a
percentagem de pessoas,
em qualquer idade
física, habilitadas a
pensar em termos de
auto-análise, quando o
instinto sexual se mães derrama do ser.
Estudiosos do mundo,
perquirindo a questão
apenas no "lado
físico", dirão
talvez
tão-somente que a
libido entrou em
atividade com o seu poderoso domínio e,
obviamente, ninguém
discordará, em tese, da afirmativa,
atentos que devemos estar
à
importância do impulso
criativo do sexo,
no mundo psíquico, para a
garantia e
perpetuação da vida
no Planeta.
É
imperioso anotar, entretanto,
em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas
inteligências desencarnadas no jogo afetivo.
Referimo-nos aos parceiros
das existências passadas,
ou, mais claramente, aos
Espíritos que se corporificarão no
futuro lar, cuja atuação,
em muitos casos, pesa no
ânimo dos namorados, inclinando
afeições pacificamente
raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na
maternidade, namorados esses que então se matriculam na escola de laboriosas
responsabilidades. Isso porque a doação de si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer
sem ponderação, não os exonera dos vínculos cármicos para com os seres que
trazem à luz do mundo, em cuja floração, aliás, se
é verdade que
recolherão trabalho e
sacrifício, obterão também valiosa colheita de experiência e
ensinamento para o futuro, se
compreenderem que a vida paga em amor todos aqueles que lhe recebem com amor as
justas exigências para a execução dos seus objetivos essenciais.