quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Vida e Sexo - Alterações Afetivas



ALTERAÇÕES AFETIVAS

Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste?

Ao contrário: bem grande influência exercem. Conforme dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui­ lhes nisso uma tarefa. Tornar­se­ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.
                                                                   O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Questão 208


Muito comum se alterem as condições afetivas, depois que o navio do casamento se afasta do cais do sonho para o mar largo da experiência. Converte­se, então, a esperança em trabalho e desnudam­-se
problemas que a ilusão envolvia. Em muitos casos, a altura da afeição permanece intacta; entretanto, na maioria das posições, arrefece o calor em que se aquecia o casal nos dias primeiros da comunhão
esponsalícia. Urge, porém, salvar a embarcação ameaçada de soçobro, seja pelo choque contra os rochedos ocultos das dificuldades morais ou pelo naufrágio nas águas mortas do desencanto. Parceiro e parceira, nos compromissos do lar, precisam reaprender na escola do amor, reconhecendo que, acima da conjunção corpórea, fácil de se concretizar, é imperioso que a dupla se case, em espírito – sempre mais em espírito –, dia por dia. Não se inquiete o par, à frente das modificações ocorridas, de
vez que toda afinidade correta, nas emoções do plano físico, evolui fatalmente para a ligação ideal, a exprimir­se na ternura confiante da amizade sem lindes. Extinta a fogueira da paixão na retorta da organização doméstica, remanesce da combustão o ouro vivo do amor puro, que se valoriza, cada vez mais, de alma para alma, habilitando o casal para mais altos destinos na Vida Superior. Isso acontece, porque os filhos que surgem são igualmente peças do matrimônio, compelindo o lar a recriar­se, de maneira incessante, em matéria de instituto endereçado ao trabalho de assistência recíproca. O carinho repartido, em princípio, a dois, passa a ser dividido por maior número de partícipes do núcleo familiar, e esses mesmos condomínios do estabelecimento caseiro, em muitas circunstâncias, são os associados da doce hipnose do namoro e do noivado, que mantinham nos pais jovens, ainda solteiros, a chama da atração entusiástica até a consumação do enlaçamento afetivo. Quase sempre, Espíritos vinculados ao casal, ora mais fortemente ao pai, ora mais especialmente ao campo materno, interessavam-­se na Vida Maior pela constituição da família, à face das próprias necessidades de aprimoramento e resgate, progresso e autocorrigenda. Em vista disso, cooperaram, em ação decisiva, na aproximação dos futuros pais, aportando em casa, pelos processos da gravidez e do berço, reclamando naturalmente a quota de carinho e atenção que lhes é devida. Em toda comunhão mais profunda do homem e da mulher na formação do grupo doméstico, seguida de filhos a lhes compartilhar a existência, há que contar com a sublimação espontânea do impulso sexual, cabendo ao companheiro e à companheira que o colocaram em função aderir aos propósitos da vida, que tudo renova para engrandecer e aperfeiçoar. Conquanto bastas vezes sejamos recalcitrantes na sustentação do amor egoístico, desvairado em exigências de toda espécie, a pouco e pouco acabamos por entender que apenas o amor que sabiamente se divide, em bênçãos de paz e alegria para com os outros, é capaz de multiplicar a verdadeira felicidade.

                                                                                      EMMANUEL