sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Visão Espírita do Dia de Finados


Dia 02 de novembro é feriado nacional em homenagem às pessoas falecidas. No Brasil, a escolha desta data surgiu em caráter religioso, no século XI. Segundo a história, os papas João XVII, Leão IX e Silvestre II exigiram a celebração em virtude da comemoração ao “Dia de Todos os Santos” no dia 1º de novembro, pois acreditavam que neste dia, todos os mortos, independente de crença religiosa, entravam em “estado de graça”.
O dia de finados, geralmente é um dia triste, pois ainda que muitas pessoas manifestem sua saudade e respeito aos entes queridos desencarnados visitando e enfeitando túmulos com flores e velas, revivem a dor da despedida, da ausência das pessoas amadas e, muitas vezes, da incerteza de um reencontro.

A Visão Espírita

A Doutrina Espírita ensina que os espíritos são eternos e imortais, uma vez que no espírito estão as emoções, a inteligência, a vontade, ou seja, o que morre é o corpo. Desta forma, segundo o espiritismo, a morte é a passagem para o plano espiritual. O que mostra a importância da dedicação ao desenvolvimento moral, na vivência dos ensinamentos de Jesus.
Muitos fatores estão relacionados à falta de compreensão e até de aceitação da morte, dentre eles, o apego, pois nem sempre o coração permite-se à essa aceitação. Ele simplesmente sofre e sofre muito. E, essa dor independe de religião, segmento doutrinário, crença.

Em “O Livro dos Espíritos” encontramos nas questões 320 a 325, ensinamentos sobre as homenagens dedicadas aos desencarnados.

O Livro dos Espíritos - Parte Segunda – Capítulo 6 - "Vida espírita"
Espíritos errantes – Mundos transitórios – Percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos – Ensaio teórico sobre a sensação nos Espíritos – Escolha das provas – Relações após a morte – Relações de simpatia e antipatia dos Espíritos. Metades eternas – Lembrança da existência corporal – Comemoração dos mortos. Funerais

Comemoração dos mortos. Funerais

320 Os Espíritos são sensíveis à saudade daqueles que amaram e que ficaram na Terra?
Muito mais do que podeis supor; se são felizes, essa lembrança aumenta sua felicidade; se são infelizes, essa lembrança é para eles um alívio.

321 O dia da comemoração dos mortos tem algo de solene para os Espíritos? Eles se preparam para visitar os que vão orar nas suas sepulturas?
Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento tanto nesse dia quanto em qualquer outro.

321 a Esse dia é para eles um encontro junto às suas sepulturas?
Eles estão aí num maior número nesse dia, porque há mais pessoas que os chamam. Mas cada um deles vem apenas pelos seus amigos e não pela multidão de indiferentes. 

321 b Sob que forma comparecem e como seriam vistos, se pudessem se tornar visíveis?
Sob a forma pela qual os conhecemos quando encarnados.

322 Os Espíritos esquecidos, cujos túmulos ninguém visita, também aí comparecem apesar disso? Lamentam não ver nenhum amigo que se lembre deles? 

Que lhes importa a Terra? Eles somente se prendem a ela pelo coração. Se aí não há amor, não há mais nada que retenha o Espírito: tem todo o universo para si. 

323 A visita ao túmulo dá mais satisfação ao Espírito do que uma prece feita para ele?
A visita ao túmulo é uma maneira de mostrar que se pensa no Espírito ausente: é a imagem. Já vos disse, a prece é que santifica o ato da lembrança; pouco importa o lugar, quando se ora com o coração.

324 Os Espíritos das pessoas às quais se erguem estátuas ou monumentos assistem à inauguração e as vêem com prazer?
Muitos comparecem a essas solenidades quando podem, mas são menos sensíveis às homenagens que lhes prestam do que à lembrança.

325 De onde surge, para certas pessoas, o desejo de ser enterradas num lugar em vez de outro? Revêem esse lugar com maior satisfação após sua morte? Essa importância dada a uma coisa material é um sinal de inferioridade do Espírito?
A afeição do Espírito por determinados lugares é inferioridade moral. Que diferença há entre um pedaço de terra em vez de outro para um Espírito elevado? Ele não sabe que se unirá aos que ama, mesmo estando os seus ossos separados?

325 a A reunião dos restos mortais de todos os membros de uma família num mesmo lugar deve ser considerada como uma coisa fútil?
Não. É um costume piedoso e um testemunho de simpatia por quem se amou. Essa reunião pouco importa aos Espíritos, mas é útil aos homens: as lembranças ficam concentradas num só lugar.

Aproveitemos esse dia como mais uma oportunidade de reflexão sobre a importância da vida e das demonstrações de afeto, amor e respeito pelo próximo, estando ele encarnado ou desencarnado. Independente de qual seja a crença religiosa, que possamos dedicar um momento de oração àqueles que partiram antes de nós como forma de homenageá-los e, principalmente de confortar a dor da saudade deles e nossas.

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XXVIII
Coletânea de preces espíritas
Pelas pessoas a quem tivemos afeição

62. PREFÁCIO. Que horrenda é a idéia do Nada! Quão de lastimar são os que acreditam que no vácuo se perde, sem encontrar eco que lhe responda, a voz do amigo que chora o seu amigo! Jamais conheceram as puras e santas afeiçoes os que pensam que todo morre com o corpo; que o gênio, que com a sua vasta inteligência iluminou o mundo; é uma combinação de matéria, que, qual sopro, se extingue para sempre; que do mais querido ente, de um pai, de uma mãe, ou de um filho adorado não restará senão um pouco de pó que o vento irremediavelmente dispersará.
Como pode um homem de coração conservar-se frio a essa idéia? Como não o gela de terror a idéia de um aniquilamento absoluto e não lhe faz, ao menos, desejar que não seja assim? Se até hoje não lhe foi suficiente a razão para afastar de seu espírito quaisquer dúvidas, aí está o Espiritismo a dissipar toda incerteza com relação ao futuro, por meio das provas materiais que dá da sobrevivência da alma e da existência dos seres de além-túmulo. Tanto assim é que por toda a parte essas provas são acolhidas com júbilo; a confiança renasce, pois que o homem doravante sabe que a vida terrestre é apenas uma breve passagem conducente a melhor vida; que seus trabalhos neste mundo não lhe ficam perdidos e que as mais santas afeições não se despedaçam sem mais esperanças. (Cap. IV, n° 18; Cap. V, n° 21.)
63. Prece. Digna-te, ó meu Deus, de acolher, benévolo, a prece que te dirijo pelo Espírito N... Faze-lhe entrever as claridades divinas e torna-lhe fácil o caminho da felicidade eterna. Permite que os bons Espíritos lhe levem as minhas palavras e o meu pensamento.
Tu, que tão caro me eras neste mundo, escuta a minha voz, que te chama para te oferecer novo penhor da minha afeição. Permitiu Deus que te libertasses antes de mim e eu disso me não poderia queixar sem egoísmo, porquanto fora querer-te sujeito ainda às penas e sofrimentos da vida. Espero, pois, resignado, o momento de nos reunirmos de novo no mundo mais venturoso no qual me precedeste.
Sei que é apenas temporária a nossa separação e que, por mais longa que me possa parecer, a sua duração nada é em face da ditosa eternidade que Deus promete aos seus escolhidos. Que a sua bondade me preserve de fazer o que quer que retarde esse desejado instante e me poupe assim à dor de te não encontrar, ao sair do meu cativeiro terreno.
Oh! quão doce e consoladora é a certeza de que não há entre nós mais do que um véu material que te oculta às minhas vistas! de que podes estar aqui, ao meu lado, a me ver e ouvir como outrora, senão ainda melhor do que outrora; de que não me esqueces, do mesmo modo que eu te não esqueço; de que os nossos pensamentos constantemente se entreluzam e que o teu sempre me acompanha e ampara.
Que a paz do Senhor seja contigo.

Fonte: O Livro dos Espíritos / O Evangelho Segundo o Espiritismo / Radio Boa Nova

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