sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Mensagem - Perante os Amigos
PERANTE OS AMIGOS
O amigo é uma bênção que nos cabe cultivar no clima da gratidão.
Quem diz que ama e não procura compreender e nem auxiliar,
nem amparar e nem servir, não saiu de si mesmo ao encontro do
amor em alguém.
A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeitos
nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim.
Teremos vencido o egoísmo em nós quando nos decidirmos a
ajudar aos entes amados a realizarem a felicidade própria, tal qual
entendem eles, deva ser a felicidade que procuram, sem cogitar de
nossa própria felicidade.
Em geral, pensamos que os nossos amigos pensam como pensamos,
no entanto, precisamos reconhecer que os pensamentos
deles são criações originais deles próprios.
A ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.
Assim como espero que os amigos me aceitem como sou, devo,
de minha parte, aceitá-los como são.
Toda vez que buscamos desacreditar esse ou aquele amigo,
depois de havermos trocado convivência e intimidade, estaremos
desmoralizando a nós mesmos.
Em qualquer dificuldade com as relações afetivas é preciso
lembrar que toda criatura humana é um ser inteligente em transformação
incessante, e, por vezes, a mudança das pessoas que
amamos não se verifica na direção de nossas próprias escolhas.
Quanto mais amizade você der, mais amizade receberá.
Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com
que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o
coração.
ANDRÉ LUIZ
Do livro "Sinal Verde" - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Vida e Sexo - Tédio no Lar
TÉDIO NO LAR
Uma vez que os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre os encarnados, frequentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão? Como é, além disso, que a mais viva afeição de dois seres pode mudar-se
em antipatia e mesmo em ódio?
Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira? Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material. Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que,
em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas, acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se,
reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima! Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade. “Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com frequência tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se,
desde que a ilusão se desfaça”.
Seja qual seja o motivo em que o tédio se fundamente, recorram os companheiros imanizados em mútua associação no lar ao apoio recíproco mais profundo e mais intensivo. Com isso, estarão em justa defesa da harmonia íntima,sem castigarem o próprio corpo. E reeducar-se-ão, sem hostilizar os que, porventura, lhes demonstrem afeto, mas acolhendo-os, não mais na condição de cúmplices das
aventuras deprimentes, a que se renderam outrora, e sim por irmãos queridos, com quem podemos fundir-nos, em espírito, no mais alto amor espiritual.
O Livro dos Espíritos - Capítulo IV: A Vida e A Morte
CAPÍTULO IV
DO PRINCÍPIO VITAL
1. Seres orgânicos e inorgânicos. - 2. A vida e a morte. - 3. Inteligência e instinto.
INTELIGÊNCIA E INSTINTO
71. A inteligência é atributo do princípio vital?
“Não, pois que as plantas vivem e não pensam: só têm vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, porquanto um corpo pode viver sem a inteligência. Mas, a inteligência só por meio dos órgãos materiais pode manifestar-se. Necessário é que o Espírito se una à matéria animalizada para intelectualizá-la.”
A inteligência é uma faculdade especial, peculiar a algumas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de atuar, a consciência de que existem e de que constituem uma individualidade cada um, assim como os meios de estabelecerem relações com o mundo exterior e de proverem às suas necessidades.
Podem distinguir-se assim: 1°, os seres inanimados, constituídos só de matéria, sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2°, os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, porém, destituídos de inteligência; 3°, os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais um princípio inteligente que lhes outorga a faculdade de pensar.
72. Qual a fonte da inteligência?
“Já o dissemos; a inteligência universal.”
a) - Poder-se-ia dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material?
“Isto não passa de simples comparação, todavia inexata, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. Demais, como sabeis, há coisas que ao homem não é dado penetrar e esta, por enquanto, é desse número.”
73. O instinto independe da inteligência?
“Precisamente, não, por isso que o instinto é uma espécie de inteligência. É uma inteligência sem raciocínio. Por ele é que todos os seres provêem às suas necessidades.”
74. Pode estabelecer-se uma linha de separação entre o instinto e a inteligência, isto é, precisar onde um acaba e começa a outra?
“Não, porque muitas vezes se confundem. Mas, muito bem se podem distinguir os atos que decorrem do instinto dos que são da inteligência.”
75. É acertado dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que crescem as intelectuais?
“Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão. Nunca se transvia.”
a) - Por que nem sempre é guia infalível a razão?
“Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livrearbítrio.”
O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita, em que suas manifestações são quase sempre espontâneas, ao passo que as da inteligência resultam de uma combinação e de um ato deliberado. O instinto varia em suas manifestações, conforme às espécies e às suas necessidades. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se
alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade.
sábado, 17 de janeiro de 2015
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V: Se fosse um homem de bem, teria morrido
C A P Í T U L O V
Instruções dos Espíritos
• Se fosse um homem de bem, teria morrido
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
SE FOSSE UM HOMEM DE BEM, TERIA MORRIDO
22. Falando de um homem mau, que escapa de um perigo, costumais
dizer: “Se fosse um homem bom, teria morrido.”
Pois bem, assim falando, dizeis
uma verdade, pois, com efeito, muito amiúde sucede dar Deus a um Espírito de progresso
ainda incipiente prova mais longa, do que a um bom que, por prêmio do seu
mérito, receberá a graça de ter tão curta quanto possível a sua provação. Por
conseguinte, quando vos utilizais daquele axioma, não suspeitais de que proferis
uma blasfêmia.
Se morre um homem de bem, cujo
vizinho é mau homem, logo observais: “Antes fosse este.” Enunciais uma enormidade,
porquanto aquele que parte concluiu a sua tarefa e o que fica talvez não haja
principiado a sua. Por que, então, haveríeis de querer que ao mau faltasse
tempo para terminá-la e que o outro permanecesse preso à gleba terrestre? Que
diríeis se um prisioneiro, que cumpriu a sentença contra ele pronunciada, fosse
conservado no cárcere, ao mesmo tempo que restituíssem à liberdade um que a esta
não tivesse direito? Ficai sabendo que a verdadeira liberdade, para o Espírito,
consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo e que, enquanto vos
achardes na Terra, estareis em cativeiro.
Habituai-vos a não censurar o que
não podeis compreender e crede que Deus é justo em todas as coisas. Muitas vezes,
o que vos parece um mal é um bem. Tão limitadas, no entanto, são as vossas
faculdades, que o conjunto do grande todo não o apreendem os vossos sentidos
obtusos. Esforçai-vos por sair, pelo pensamento, da vossa acanhada esfera e, à
medida que vos elevardes, diminuirá para vós a importância da vida material
que, nesse caso, se vos apresentará como simples incidente, no curso infinito
da vossa existência espiritual, única existência verdadeira. – Fénelon. (Sens,
1861.)
domingo, 4 de janeiro de 2015
Jesus no Lar - Os descobridores do homem
OS DESCOBRIDORES DO HOMEM
Os descobridores do homem Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo-Poderoso.
Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem-humorado:
— Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor. Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao Trono do Eterno. E, porque vários Arcanjos pedissem ao Todo-Poderoso a transferência dele para o Céu, determinou a Divina Sabedoria fosse procurado, na selva da carne, a fim de verificar-se, com exatidão, se estava efetivamente preparado para a sublime investidura.
Para isso, os Anjos Educadores, a serviço do Altíssimo, enviaram à Terra quatro rudes descobridores de homens santificados — e a Necessidade, o Dinheiro, o Poder e a Cólera desceram, cada qual a seu tempo, para efetuarem as provas indispensáveis.
A necessidade que, em casos desses, sempre surge em primeiro lugar, aproximou-se do grande crente e se fez sentir, de vários modos, dando-lhe privações, obstáculos, doenças e abandono de entes amados; entretanto, o devoto, robusto na confiança, compreendeu na mensageira uma operária celeste e venceu-a, revelando-se cada vez mais firme nas virtudes de que se tornara modelo.
Chegou, então, a vez do Dinheiro. Acercou-se do homem e conferiu-lhe mesa lauta, recursos imensos e considerações sociais de toda sorte; mas o previdente aprendiz lembrou-se da caridade e, afastando-se das insinuações dos prazeres fáceis, distribuiu moedas e posses em multiplicadas obras do bem, conquistando o equilíbrio financeiro e a veneração geral.
Vitorioso na segunda prova, veio o Poder, que o investiu de larga e brilhante autoridade.
O devoto, contudo, recordou que a vida, com todas as honrarias e dons, é simples empréstimo da Providência Celestial e usou o Poder com brandura, educando quantos o rodeavam, por intermédio da instrução e do trabalho bem orientados, recebendo, em troca, a obediência e a admiração do povo entre o qual nascera.
Triunfante e feliz, o crente foi visitado, enfim, pela Cólera. De maneira a sondar-lhe a posição espiritual, a instrutora invisível valeu-se dum servo fraco e ignorante e tocou-lhe o amor próprio, falando, com manifesta desconsideração, em assunto privado que, embora expressão da verdade, constituía certo desrespeito a qualquer pessoa de sua estatura social e indiscutível dignidade.
O devoto não resistiu. Intensa onda sanguínea lhe surgiu no rosto congesto e ele se desfez em palavras contundentes, ferindo familiares e servidores e prejudicando as próprias obras.
Somente depois de muitos dias, conseguiu restaurar a tranquilidade, quando, porém, a Cólera já lhe havia desnudado o íntimo, revelando-lhe o imperativo de maior aperfeiçoamento e notificando ao Senhor que aquele filho, matriculado na escola de iluminação, ainda requeria muito tempo, na experiência purificadora, para situar-se nas vibrações gloriosas da vida superior.
Curiosidade geral transparecia do semblante de todos os presentes, que não ousaram trazer à baila qualquer nova ponderação. Estampando no rosto sereno sorriso, o Cristo terminou:
— Quando o homem recebe todas as informações de que necessita para elevar-se ao Céu, determina o Pai Amoroso seja ele procurado pelas potências educadoras. A maioria dos crentes perdem a boa posição, que aparentemente desfrutavam, nos exercícios da Necessidade que lhes examina a resistência moral; muitos voltam estragados das sugestões do Dinheiro que lhes observa o desprendimento dos objetivos inferiores e a capacidade de agir na sementeira do bem; alguns caiem, desastradamente, pelas insinuações do Poder que lhes experimenta a competência para educar e salvar os companheiros da jornada humana, e raríssimos são aqueles que vencem a visita inesperada da Cólera, que vem ao círculo do homem anotar-lhe a diminuição do amor próprio, sem a qual o espírito não reflete o brilho e a grandeza do Criador, nos campos da vida eterna.
O Mestre calou-se, sorriu compassivamente, de novo, e, porque ninguém retomasse a palavra, a reunião da noite foi encerrada.
NEIO LÚCIO
Do livro "Jesus no Lar" - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
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