4. AMBIENTE DOMÉSTICO
Freqüentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu,
estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes
haja feito. Se reconhecesse nelas os a quem odiara, quiçá o ódio lhe despertaria outra
vez no íntimo. De todo modo, ele sentiria humilhado em presença daquelas a quem
houvesse ofendido. Do item 11, no Cap. V, de "o Evangelho Segundo o Espiritismo" Na
comunhão de dois seres para a organização da família, prevalece o compromisso de
assistência não só de um para com o outro, mas também para com os filhos que
procedem do laço afetivo. Não possuímos ainda na Terra institutos destinados à
preparação da paternidade e da maternidade responsáveis. A evolução e o
aprimoramento das ciências psicológicas de hoje, porém, garantir-nos-ão no futuro
semelhante evento. Identifiquemos no lar a escola viva da alma. O Espírito, quando
retorna ao Plano Físico, vê nos pais as primeiras imagens de Deus e da Vida. Na tépida
estrutura do ninho doméstico, germinam-lhe no ser os primeiros pensamentos e as
primeiras esperanças. Não lhe será, contudo, tão fácil seguir adiante com os ideais da
meninice, de vez que, habitualmente, a equipe familiar se aglutina segundo os desastres
sentimentais das existências passadas, debitando-se-lhe aos componentes os distúrbios
da afeição possessiva, a se traduzirem por ternura descontrolada e ódio manifesto ou
simpatia e aversão simultâneas. Pais imaturos, do ponto de vista espiritual, comumente
se infantilizam, no tempo exato do trabalho mais grave que lhes compete, no setor
educativo, e, ao invés de guiarem os pequeninos com segurança para o êxito em seu
novo desenvolvimento no estágio da reencarnação, embaraçam-lhes os problemas, ora
tratando as crianças como se fossem adultos ou tratando os filhos adultos como se
fossem crianças.
Estabelecido o desequilíbrio, irrompem os conflitos de ciúme e rebeldia,
narcisismo e crueldade, que asfixiam as plantas da compreensão e da alegria na gleba
caseira, transformando-a em espinheiral magnético de vibrações contraditórias, no qual
os enigmas emocionais, trazidos do pretérito, adquirem feição quase insolúvel. Decorre
daí a importância dos conhecimentos alusivos à reencarnação, nas bases da família, com
pleno exercício da lei do amor nos recessos do lar, para que o lar não se converta, de
bendita escola que é, em pouso neurótico, albergando moléstias mentais dificilmente
reversíveis.