O Culto do Evangelho no Lar




"Porque onde estiverem reunidos em meu nome, lá estarei presente." Jesus. (MATEUS, 18:20.)


 "Ao menos uma vez por semana, formar o culto do Evangelho com todos aqueles que lhe co-participam da fé, estudando a verdade e irradiando o bem, através de preces e comentários em torno da experiência diária à luz dos postulados espíritas. 
Quem cultiva o Evangelho em casa, faz da própria casa um templo de Cristo."
                                                       
 (ANDRÉ LUIZ no livro "Conduta Espírita" - Psicografica de Francisco Cândido Xavier)



"(...)Nunca poderemos enumerar todos os benefícios da oração. Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o culto familiar do Evangelho não é tão só um curso de iluminação interior, mas também processo avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que acende em torno. O homem que ora traz consigo inalienável couraça. O lar que cultiva a prece transforma-se em fortaleza, compreenderam? As entidades da sombra experimentam choques de vulto, em contacto com as vibrações luminosas deste santuário doméstico, e é por isso que se mantêm a distância, procurando outros rumos... " 

(ANICETO no livro Os Mensageiros - Psicografado por Francisco Cândido Xavier, ditado pelo espírito André Luiz)




 INSTRUÇÕES PARA O CULTO DO EVANGELHO NO LAR:

1. Escolher um dia e horário fixos na semana, que toda família possa estar presente, ou a maior parte dela. Esta é uma reunião marcada semanalmente com os benfeitores espirituais para auxílio, proteção de seu lar, estudo e compreensão dos ensimentos de Jesus. Assiduidade e pontualidade são importantes para o bom contato com o plano espiritual.

2. Ecolher um lugar calmo, silencioso, aconchegante, que esteja com os aparelhos eletrônicos desligados. Sugerimos a sala de jantar.

3. Manter celulares desligados e se o telefone ou campainha tocar, atender calmamente, sem afetação, explicar que no momento está ocupado e pedir para que conversem mais tarde ou, no caso da visita, convidando-a para participar também.

4. Colocar sobre a mesa um copo com água para cada pessoa ou uma jarra d'agua para ser fluidificada pelos amigos espirituais.

5. Sentar-se à mesa com calma, sem barulho.

6. Iniciar com uma prece espontânea, em voz alta, com o sentimento elevado de amor, fé e confiança em Deus, fortalecendo a união familiar, agradecendo a oportunidade de estar em família em nome de Jesus, etc.

7. Fazer a leitura de um pequeno trecho do O Evangelho Segundo o Espiritismo, que pode ser aberto ao acaso ou seguindo a sequência para estudo.

8. Após a leitura fazer comentários breves sobre o trecho lido, trocando impressões com o grupo, sempre mantendo a elevação. No começo pode haver certa timidez, mas com o tempo os comentários tornam-se espontâneos.

9. Para complementar o estudo e incentivar a participação de todos, cada um pode ler uma mensagem espírita para reflexão de todos. Alguns livros ótimos para essse fim são: Jesus no Lar, Sinal Verde, Agenda Cristã, Fonte Viva, Pão Nosso, Palavras de Vida Eterna, Estude e Viva, etc.

10. Fazer a prece encerramento e rogar como por exemplo, pela paz, harmonia, união da família, pelos sofredores, pedir pelos afetos encarnados e desencarnados, perdão a quem tenhamos ofendido, etc.

11. Beber, após a prece final, a água que foi fluidificada durante o Evangelho no Lar.

12. O tempo sugerido para duração do Culto do Evangelho no Lar é de 15 a 30 minutos, mas fica a critério da vontade, da necessidade da família.

13. É completamennte desaconselhável qualquer manisfestação mediúnica durante o Evangelho no Lar.

14. O Evangelho no Lar é antes de tudo uma reunião de Espíritos reencarnados no mesmo ambiente, buscando através da prece, da elevação de pensamentos e do diálogo fraterno, o amparo e o auxílio do Mais Alto para seus problemas e necessidades. Não deve ser jamais solene ou ritualístico, com palavras e movimentos decorados a lembrar missas e demais cultos.



“Na noite de 21 de março de 1952, no “Centro Espírita LUIZ GONZAGA”, em Pedro Leopoldo, discutia-se sobre a melhor maneira de orientar a pregação
espírita cristã, quando André Luiz externou-se acerca do assunto, com a seguinte página:


                               DECÁLOGO PARA ESTUDOS EVANGÉLICOS

1 — Peça a inspiração divina e escolha o tema evangélico destinado aos estudos e comentários da noite.

2 — Não fuja ao espírito do texto lido.

3 — Fale com naturalidade.

4 — Não critique, a fim de que a sua palavra possa construir para o bem.

5 — Não pronuncie palavras reprováveis ou inoportunas, suscetíveis de criar imagens mentais de tristeza, ironia, revolta ou desconfiança.

6 — Não faça leitura, em voz alta, além de cinco minutos, para não cansar os ouvintes.

7 — Converse ajudando aos companheiros, usando caridade e compreensão.

8 — Não faça comparações, a fim de que seu verbo não venha ferir alguém.

9 — Guarde tolerância e ponderação.

10 — Não tenha indefinidamente a palavra; outros companheiros precisam falar na sementeira do Bem.

                                                                                                                  ANDRÉ LUIZ



O CULTO CRISTÃO NO LAR


Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade:
— Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia?
O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante:
— Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.
Jesus sorriu e perguntou, de novo:
— E o oleiro? que faz para atender à tarefa a que se propõe?
— Certamente, Senhor — redargüiu o pescador, intrigado —, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.
O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:
— E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende?
O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:
— Lavrará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.
Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu:
— Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações?
Se nos não habituamos a amar o irmão pais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?
Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:
— Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais.
Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido:
— Mestre, seja feito como desejas.
Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão no lar.