NO EXAME DO PERDÃO
Observemos o ensinamento do Cristo, acerca do perdão.
Note-se que o Senhor afirma, convincente:
-“se o vosso irmão agiu contra vós...”
Isso quer dizer que Jesus principia considerando-nos na
condição de pessoas
ofendidas, incapazes de ofender: ensina-nos a compreender os
semelhantes, crendo-nos
seguros no trato fraternal.
Nas menores questões de ressentimento, sujeitemo-nos a
desapaixonado autoexame.
Quem sabe a reação surgida contra nós terá nascido de ações
impensadas,
desenvolvidas por nós mesmos?
Se do balanço de consciência estivermos em débito com os
outros, tenhamos
suficiente coragem de solicitar-lhes desculpas,
diligenciando sanar a falta cometida e
articulando serviço que nos evidencie o intuito de
reparação.
Se nos sentimos realmente feridos ou injustiçados,esqueçamos
o mal.Na hipótese
de o prejuízo alcançar-nos individualmente e tão –somente a
nós, reconheçamo-nos
igualmente falíveis e ofertemos aos nossos inimigos
imediatas possibilidades de reajuste.
Se, porém, o dano em que fomos envolvidos atinge a
coletividade, cabendo à justiça e
não a nós o julgamento do golpe verificado, é claro que não
nos compete louvar a
leviandade. Ainda assim, podemos reconciliar-nos com os
nossos adversários, em
espírito,orando por eles e amparando-os, por via indireta, a
fim de que se valorizem para
o bem geral nas tarefas que a vida lhes reservou.
De qualquer modo, evitemos estragar o pensamento com o
vinagre do azedume.
Nem sempre conseguimos jornadear, nas sendas terrestres,
junto de todos, porquanto,
até que venhamos a completar o nosso curso de
autoburilamento no instituto da evolução
universal, nem todos renasceremos simultaneamente em uma só
família e nem
lograremos habitar a mesma casa.
Sigamos, assim, de nossa parte, vida afora, em harmonia com
todos, embora não
possamos a todos aprovar, entendendo e auxiliando,
desinteressadamente, aqueles
diante dos quais ainda possuímos o dom de agradar em pessoa,
e rogando a Bênção
Divina para aqueles outros junto de quem não nos será lícito
apoiar a delinqüência ou
incentivar perturbação.
MEMORANDO
- A balança do bem não tem cópias.
- A vontade adoece, mas nunca morre.
- Quem compensa mal com mal, atinge males maiores.
- O amor real transpira imparcialidade.
- O sofrimento acorda o dever.
- O remédio excessivo faz-se veneno.
- Somos todos familiares de Jesus.
- Nenhum enfeite disfarça a culpa.
- A vida não cansa o coração humilde.
- Toda convicção merece respeito.
- Só a consciência tranqüila dá sono calmo.
- Emoções e idéias não existem a sós.
- O tempo não desfigura a beleza espiritual.
- Mediunidade, na essência, é cooperação mútua.
- Para o cristão não existem dores alheias, porque as dores
da coletividade pertencem a
ele próprio.
- Do erro nasce a correção.
- Lábios vigilantes não alardeiam vantagens.
- A caridade é o pensamento vivo do Evangelho.
EMMANUEL e ANDRÉ LUIZ
Do livro "Estude e Viva" - Psicografia de Francisco Cândido Xavier